Entrevista a Eugene Kaspersky

Entrevista realizada pela revista INFO


Em 1989, Eugene Kaspersky trabalhava para o Ministério da Defesa da União Soviética quando seu computador foi infectado pelo vírus Cascade. Fascinado pela ação do incômodo programinha, ele começou a colecionar vírus e a criar antídotos para eles. Hoje, a Kaspersky Lab, fundada por ele em 1997, fornece software de segurança para micros, servidores, PDAs e equipamentos de rede. A empresa é elogiada pela rapidez com que fornece atualizações para combate a novas pragas. Numa recente visita ao Brasil, Kaspersky falou a INFO sobre as novas ameaças que rondam os computadores.

INFO - Qual é a situação do Brasil em relação aos crimes digitais?

Kaspersky - O Brasil é líder no desenvolvimento de cavalos-de-tróia que roubam dados bancários. É comum vermos, no código-fonte desses programas, nomes como Bradesco, Real ou Caixa Econômica.

Muitos usuário têm antivírus e anti-spyware. Isso está certo?

Tecnicamente, não há uma categoria de programas chamada spyware. Há cavalos-de-tróia, sistemas de anúncio e programas comerciais perigosos, como os keyloggers. Spyware é um termo de marketing criado por empresas de software iniciantes para atrair investidores. Os antivírus tradicionais removem o spyware melhor que os anti-spyware.

O especialista russo ataca os anti-spyware e diz que o Windows Vista não melhora muito a segurança

A era dos vírus devastadores acabou?

O risco de aparecer um supervírus não é zero, mas é muito baixo. É certamente possível desenvolver um vírus destrutivo capaz de se propagar explorando alguma vulnerabilidade desconhecida. Mas, hoje, os crackers que desenvolvem código maligno fazem isso por dinheiro. Eles não estão interessados em deflagrar epidemias globais. Eles sabem que se alguém liberar um supervírus, Bill Gates vai dizer: “Pagamos 250 mil dólares por informações sobre o autor”. E acho que eles não querem ser presos.

A segurança dos computadores tende a melhorar ou piorar?

Isso vai depender da educação do usuário, da eficiência da polícia no combate ao crime e da cooperação internacional. Há crackers russos atacando bancos ingleses e brasileiros atacando bancos espanhóis. Seria desejável ter alguma coisa no estilo da Interpol para facilitar as investigações.

Os novos recursos de segurança do Windows Vista vão ajudar?

Infelizmente, não muito. O Vista será mais seguro. Muitos cavalos-de-tróia não vão funcionar nele. Mas haverá novos cavalos-de-tróia desenvolvidos para o Vista.

Usar smartphone é perigoso?

Há programas criminosos que rodam nesses dispositivos, mas não muitos. E a razão é que não há muitos smartphones em uso. Mas, quando a quantidade aumentar, os crackers vão atacar esses aparelhos também.

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